(Paulo Roberto)
Rastejando sob a ponte eu canto para afastar o frio.
Rastejando sob a ponte eu canto para afastar o frio.
Você veste roxo e caminha sorridente enquanto acariciando tuas
mãos ele te beija.
Cobre enferrujado sob os pés que lhe sustentam.
Ferrugem em meus olhos, dor que infesta o coração.
Grita a alma que sofre calada vendo o brilho em teu olhar.
O relógio está parado quando teus sonhos começam a voar.
O que significa a fome, o que significa a sede?
Não há lenha para queimar, não a fogo para me acalmar.
Não há lenha para queimar, não a fogo para me acalmar.
Alimente os vermes da esperança que dançam em minha aura.
Jogue mercúrio nesta água pura e lave meus olhos com ela.
Eu consigo sentir teu cheiro mesmo abaixo da linha da vida.
Você consegue sentir meu cheiro quando fecha os olhos e
sonha?
Nada além da redenção é o que existe neste papel.
Nada além da redenção é o que existe neste papel.
Desenhou tais letras para necrosar a alma.
Deitarei com ferrugem enquanto a água canta comigo.
Deitarei com ferrugem enquanto a água canta comigo.
Solidão eterna e fria, sinto-me parte do chão.