sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Corrente

(Paulo Roberto)

Aqui estou eu, mais uma vez, em minha futura cova.
Você está marcando minhas costas, escrevendo teu nome e lambendo meu sangue.
Não posso continuar, o limite está acariciando meu rosto.
Não quero parar, a dor é constante, mas o sentimento é presente.

Você me beija, puxa meu cabelo e se esfrega em meu corpo.
Você urra enquanto lambe e aperta as coxas geladas.
Ouço teu canto quebrado enquanto os anjos estão nos rodeando.
Minhas asas já estão deformadas. Meu voo não tem mais direção.

...E eu dancei entre teus lábios... caí de joelhos em teu chão para lhe despir.
Eu usei teu sono... eu usei teu sono tranquilo para acariciar teu rosto e lhe fazer sorrir.
Eu corri por tuas pernas, eu beijei cada pedaço de pele enquanto a lua era a única luz.
Eu sonhei com tudo isso... eu sonhei com tudo isso, e acordado me perco chorando em vão.



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

...Sua Vez de Jogar.

(Paulo Roberto)

Minha cabeça está leve e meu copo está cheio.
Vozes altas me cercam e a música me enjoa.
Cartas perdidas entre os dedos e jogadas na mesa.
6 ou 8, não importa, eu já estou tonto o bastante.

Por que está rindo,  homem?
Você já tem meu dinheiro.
Leve toda a grana
...Mas deixe minha honra.

Meu punho está serrado,
A lâmina está sentindo teu cheiro,
E estou sorrindo como um lobo!
Deixe-me sentir teu estômago queimar.
Delicie-se com a lâmina
E deite-se na calçada.

O mundo gira rápido, não?
Você está sentindo a dor  e eu sinto a noite.
Estou correndo sozinho pela rua escura.
Meus passos tortos me levam para onde a lua quer dançar.

Uma criança te olha,
Uma fagulha no peito.
Relaxe até que o sol lhe entregue o calor.

Teus olhos estão vidrados.
Você chora embrulhado
E ainda sinto o odor.
Deite-se com os anjos calados.
Você sorriu e teve a dor.
Eu apodreci sozinho, o Demônio estava me encarando. 



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Lar

(Paulo Roberto)

Eu me pergunto se realmente existe amor nesta terra.
Longe de casa eu divago por metáforas. 
O fruto doce está tão longe e a fome me devora
Enquanto a flor dourada seca sem pólen. 

Cada gota que desce vertiginosa pelas rugas
É um grito virgem de arrepio enjaulado.
O mesmo céu que vejo é o mesmo céu que reflete minha terra?
Eu não aguento mais o peso destas bombas...

A cada passo o medo impregnado de não viver. 
Eu respiro por tubos e vermes. 
Minhas pernas não podem me levar para onde quero ir. 
...e as rodas não tem horário para partir. 

Sonho com o cheiro da grama quase toda noite. 
Neste lado do rio a terra é toda seca.
E o brilho da lua da que me banhava todas as noites?
Agora é morto como o rio que não corre.

Sinto saudades do conforto do colo do dia.
Sinto saudades do sorriso das árvores.
E agora, aqui, jogado, não existe direção.
Sei que meu coração está plantado com teus grãos. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

7, 8 / Nove

(Paulo Roberto)

O coração começa a contar enquanto as pernas tremem...
...Mas continuo andando.
Eu posso ver teu cabelo claro sob o azul vivo em tuas costas, eu sinto o sangue gritando nas veias.
Um passo largo e um arrepio lambe a espinha.
Você vira e vejo teu rosto.
Vem. Correndo livremente, enquanto meu coração esquece o ritmo, músculos se contraem e tudo o que é vivo começa a esquentar.
De repente você está comigo.
Eu sinto seu coração em meu peito.
Eu ouço sua respiração, sinto seu cheiro e agora sei que é real.

Eu não quero te soltar. Eu não posso te soltar.
Você está aqui. Sorrindo.
O sol começa acariciando levemente à tarde sem sombras, o calor está judiando...
Uma fila curta e ali temos água presa em 20% menos plástico.
Sorrisos, abraços e, Deus... Como é linda!

Eu preciso parar, olhar para ti e sorrir como uma criança.
É como descobrir um pote de ouro do outro lado do arco-íris e saber que não precisa mais voltar.
A respiração se mistura e o mar em teu beijo me envolve.
Apresenta-me a melhor sensação do mundo.
Ao conforto absoluto e a paz caótica em meus nervos.
Tudo pulsa como se o ar estivesse comprimido entre a carne, tudo é calmo como se as estrelas pudessem brilhar tanto quanto teus olhos.
Eu não posso deixar de te tocar, eu não posso respirar sem pensar em, outra vez, ficar sem ar.

Pela primeira vez eu dobro aquela esquina. Sentamos num dos bancos mais altos e vamos em frente.

...Estamos em pé no meio da rua. Mas quem se importa?!
Não é como ter a melhor sensação do mundo...
É viver a melhor sensação do mundo.

E, ok... Desisto do meu cabelo.

Esse momento está ali, eternizado.
Mas não só no que podem ver, mas principalmente no que só nós dois temos agora.

É noite, mas qual o sentido de dormir quando os dias tornam-se melhores do que os sonhos?

Obrigado por voltar, querido sol.

08h56min ou qualquer coisa assim...
A vida sorri outra vez.

Rodamos pelo asfalto, corremos pelos trilhos... No ar ou sob a terra, eu não podia te soltar.
Pisando em um solo familiar, mas ainda belo... A luz natural te deixando ainda mais linda...
O dia estava lindo como nunca havia sido.

Pouco depois a grama estava sob nossos pés.
Mais calor, mais calor...
Nada nunca foi tão intenso.
O chão desapareceu e não havia mais movimento.
Eu estava tomado pelo desejo, banhado pela fome e agoniado por prazer.
Eu só ouvia tua respiração. Só sentia teu cheiro, teu coração...
Tudo parou.
 Quieto como a noite. Deliciosamente quente e vertiginosamente tentador.

~~~~~~~~~~~

Está caindo. Líquido santo que carrega sensações e sentimentos presos por tanto tempo...
Olhando em teus olhos eu digo o que preciso dizer. Sinto o que preciso sentir...
E tenho a digna certeza de que não existe mais um único "eu".
Estou num roseiral perfumado sem medo dos espinhos.
Viva comigo.  Seja minha vida.

...Ouço sua voz por mais algum tempo. Vejo teus olhos por mais alguns momentos... Sinto o cheiro de sensações tão loucas e vejo o brilho de um desejo tão nobre...

Ultimo beijo da tarde, ultimo abraço da tarde.
Até breve, Criança.
Até breve...















sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Velejador do Tempo


(Paulo Roberto)

Aqui estou eu para outra viagem insana pelo mundo das almas.
A luz difusa das velas acariciando meu corpo enquanto a mente está fora do mundo que conhecemos.
Um livro aberto sobre a mesa e uma taça com vinho tinto em minhas mãos frias.
A caneta está sobre o papel amarelado e a voz começa a me perguntar se estou preparado para a jornada encantada.

Consentindo calado, murmuro a palavra da perdição.
As cores estão chegando, o sol está reinando.
Eu vejo a areia, a dor e escravidão.

Pedras empilhadas, o lar do faraó é erguido.
Eu sou o nobre senhor que domina tuas ervas.
Sou o nobre soldado amante da medicina.
Você reina por tantos dias e tantas noites...
Você comanda tantos corpos... mas tão poucas almas...
Os anos estão se passando e a areia está tão fina quanto tua linha da vida.

Você está doente. Pálido como a lua e quente como os lábios da besta.
Está deitado em teu leito luxuoso, cercado de moças vestidas de branco,
Maçãs sob teus pés e a luz do sol sobre tua testa.
Você acredita na vida eterna. Você acredita em cachoeiras e grama verde.
Você canta para o Deus do Sol e sorri para a luz que lhe guia.
Eu estou fechando teus olhos, secando tua testa.
Eu posso ouvir o som das vespas devorando tua carne.
Eu posso ouvir o grito sem fim de teus ossos silenciados pelo tempo.
Vejo teu corpo mumificado envolto em ouro sendo guardado para a eternidade.
Ouço o suspiro da aura. Ouço o choro da criação. 
Viajo pelos mares de tuas lembranças e me alimento de teus pecados acompanhados de um pedido de perdão.
Volto para escrever nestas páginas vazias a odisséia de um tempo em que minha maior riqueza era ter tua admiração.

domingo, 17 de junho de 2012

Nada Além da Redenção


(Paulo Roberto)

Rastejando sob a ponte eu canto para afastar o frio.
Você veste roxo e caminha sorridente enquanto acariciando tuas mãos ele te beija.
Cobre enferrujado sob os pés que lhe sustentam.
Ferrugem em meus olhos, dor que infesta o coração.

Grita a alma que sofre calada vendo o brilho em teu olhar.
O relógio está parado quando teus sonhos começam a voar.
O que significa a fome, o que significa a sede?
Não há lenha para queimar, não a fogo para me acalmar.

Alimente os vermes da esperança que dançam em minha aura.
Jogue mercúrio nesta água pura e lave meus olhos com ela.
Eu consigo sentir teu cheiro mesmo  abaixo da linha da vida.
Você consegue sentir meu cheiro quando fecha os olhos e sonha?

Nada além da redenção é o que existe neste papel.
Desenhou tais letras para necrosar a alma.
Deitarei com ferrugem enquanto a água canta comigo.
Solidão eterna e fria, sinto-me parte do chão.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Não Há Fim.

(Paulo Roberto)

Eu desejo apenas que essa noite nunca acabe.
Tenho dançado com a mente e jogado com o coração.
Não há razão para sorrir sem retorno.
Não há paixão que não queime tua paz.
Não há pena que te livre do castigo da morte,
Ainda que a dor da foice seja levemente sádica,
Exatamente como teu sorriso tem sido.

...Eu poderia escrever tantas cartas e compor a melodia para as fadas.
São verdades que não posso esconder.

Oh, Criança Encantada, sugue-me.
Criança, faça-me sonhar.
Pecarei em sonhos alados.

Tua respiração será meu metrônomo.
Teu cabelo, a crina do meu arco.
Teu sorriso, luz da fotografia.
Teus lábios serão o colchão da perdição
Enquanto teu corpo se torna meu paraíso proibido.

Minha maçã... saboreando apenas a casca
Porque ainda me mantém longe da polpa.
Quero o suco, a cor e o aroma.
Quero colher o sabor do pudor,
Quero perfumar a escuridão e fazer teu suor pingar.

Quero que se contraia pensando em meu corpo,
Quero que dê asas para que o desejo siga voando.
Empurre para as pedras o que foi lançado ao mar.
Venha comigo e esta noite não irá acabar.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Aconhegue-se.

(Paulo Roberto)

Eu era um anjo até que a noite trouxe um véu azulado com cheiro de rosas brancas.
Eu aprendi a tocar a nota do pecado, eu aprendi a escala do prazer.

O som das ondas era agudo como a agulha que custurou meus fios de cabelo.
As folhas eram secas como as mãos dos que trabalharam sobre este solo cheio de espinhos.
As pétalas sem vida não brilhavam mais.

Além do monte existe o sol, o céu e o mar revolto.
As garças cantam dançando no escuro.
Meu ninho é quente, mãe dengosa, entre e aconchegue-se.
O vento não merece lhe tocar.
Esconda-se e perca-se em meu torso para que sonhe com os lábios do dia,
Para sonhar com a sonata infernal que minhas cordas lhe doam,
Meu coração te aquece enquanto a vida começa a se apagar.

Chore, o escuro está te engolindo.
A vida escorre e você conta até três.
Sorrindo você deixa meu corpo em cima das pedras
E carrega minha alma vazia para o inferno.


domingo, 1 de abril de 2012

Voa

(Paulo Roberto)

Você bateu as asas,
Voou para longe.
Lágrimas encheram meus olhos.
Você tocou meu ombro e disse que era hora.
Não havia nada mais a fazer.

Você me olhou de cima,
Sorriu para o sol.
Finalmente estava livre.
Você pensou nos momentos, suspirou sem medo.
Nada mais estava a sua frente.

Eu caí de joelhos,
A cruz colada em meu punho...
Teu nome em minha nuca.
Você gritou para a libertade e eu senti a foice gelada.
Quantas mais orações eu preciso fazer?

Faça-me perdoar todas as vezes em que você saiu pela noite sem dizer onde estaria.
Faça-me perdoar, mas por favor, não volte.
...Amarrou-me com teus cabelos e rasgou minha vida com os dentes.

Você teve nas mãos o cálice de sangue.
Gole d'ouro adocicado.
Corri para as correntes quentes do inferno.
Tuas asas já estavam no chão.

Preciso voltar a voar pela noite, correndo pela areia, sorrindo para as flores.
Faça-me perdoar, mas por favor, não volte.
...Amarrou-me e sugou todo o sentido de viver.

Peque, Santo.
Santifique o pecador.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sonhe Com O Pecado... Peque comigo.

(Paulo Roberto)

É.

Divertido pensar que um elmo caído num solo pútrido e árdido como o teu, monta uma paisagem tão bela quanto os olhos perdidos e calados da tua mãe.

O vento que lhe tocou as pernas manchadas com o sangue de teu pai guerreiro, morto pela espada de Andria, caído, esfarrapado, lavado pelas águas de Deus,
Agora grita calado em meio a alma dos elfos que lhe cercam as casas e ouvem teu canto.

Quantas vezes eu terei de tomar chá com tua irmã nesta sala iluminada pelo brilho do sol, pintada com o fosco das nuvens e perfumada com o perfume do café?
Quantas as vezes em que caído na cama eu sonho e vago pelos lençois do quarto ao lado do teu, pelo linho daquela camisola, pela pele cheirosa que tua mãe carrega desde o primeiro som?
Leve-me daqui, tire-me daqui.
Liberte teus escravos e crucifique teus medos junto ao fogo que lambe o feno espalhado junto a palha e as folhas...
Tem sido minhas asas e tenho sido teu anel de cobre.
Jogue-me do alto e deixe meu fruto nascer numa noite fria.
Deite-se sobre mim, puxe o ar e sorria.
Não existe nada errado...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Yo Ho!

(Paulo Roberto)

...E se eu tivesse a chance de navegar por teu olhar?

Eu guardaria as velas e abusaria do vinho!
Ora, querida... Eu não preciso me lembrar do caminho!

Eu usaria botas e um chapéu aveludado.
Pena vermelha voando por um caminho inexplorado.

Observaria o céu, esperando a chuva chegar...
Mas, Meu Amor, não existe azul tão lindo quanto o azul do teu olhar!

Eu canto, danço, eu consigo sonhar!
Falta pouco, querida! Perfume o corpo e me espere ao luar!
Use teu melhor vestido e me faça suspirar.
Vamos esquecer o cheiro do mar, sorrindo...
Esperando a manhã vazia, silenciosa e graciosa.
Correr pela orla tão bela e livrar a escuridão.
Ouvir o mar declamar a melodia nervosa, o poema lunar,
O tom da valsa que te trago para criar.

Colhe uma rosa nascida das ondas e sinta o desejo,
Anceio de provar...

Venha comigo, sereia dourada!
...Te carrego para a eternidade!

Até o vinho acabar...

domingo, 15 de janeiro de 2012

Valsa Da Morte

(Paulo Roberto)

Eu vou lamber teu túmulo enquanto a chuva cai.
O céu ferrugem carregando a dor do véu caído enquanto a marcha rugia.
Eu era o pai, sabor do pecado, agulha perdida entre os oceanos.
Eu era a madeira que envolve teu corpo, a gota da vida, a cor dos teus lábios.

Eu carreguei a cruz com aroma de vinho.
Eu socorri teus filhos bastardos, setembro...
Eu construí a morada da tua esperança,
Eu lambi tuas pernas e dancei a valsa da morte.

Você morreu antes de poder chorar.
Teu salto quebrou antes do ultimo degrau.
Você estava imóvel quando minha cama foi tocada pela luz do sol
Mas a lua nos mostrou os passos, os movimentos e ensinou,
Morada sem vida,
Que o sorriso tem mais valor do que toda a dor.

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O tom violeta era propagado para fora de si.
A máscara, as penas e o tecido...
A luz no teto escuro, cheiro de flores secas no chão espelhado.

A música era alta, e as risadas...
Tudo estava claro como a neve.
Mas teus olhos eram cobertos,
E eu nunca soube o que havia ali.

Eu toquei tuas costas e teu cheiro me veio.
Eu caí em tua cama como um monstro.
Mas antes a noite seguiu, com teus passos curtos e sorriso sereno.

O relógio badalou por nove vezes,
Teus fios lisos e castanhos estavam imóveis.
Tua pele lindamente fria e tua voz, melodia encantada.

E a música agora era mais rápida,
O barulho da chuva era a camada para a dor.
O vestido em minhas mãos,
Minha boca e teus arrepios, a eterna dupla que se calou naquela noite.

Linda, velha feia. És tão bela...
Dance como a Besta dançaria,
Pule como o fogo faria,
Deslize sobre o palco como eu faria.

Morda e arranhe, beba e sugue.
Ouça meus pecados e peque comigo.
Viva para morrer esta noite.
Morra em meus braços, mas não me leve contigo.

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Eu vou lamber teu túmulo enquanto a chuva cai.
Eu lambi tuas pernas e dancei a valsa da morte.
Mas a lua me mostrou o inferno e me carregou até o salão.
Eu dancei por toda noite sem beber uma única gota.
Você me olhou e sorriu, com os pecados em desenvolvimento.
Agora ferva enquanto escorro.
Beba a vida, dance com a morte.
Deixe correr, deixe ir...

1, 2, 3, 4...
Deixe ir, deixe ir...

domingo, 8 de janeiro de 2012

Manhã de Domingo

(Paulo Roberto)

Eu só queria rodar pela estrada fria
Com teus sonhos destinados para dentro do luar.
Quatro minutos e o céu será tingido com a lágrima tão bonita...

Como eu queria estar contigo neste dia,
Eu precisava por as mãos para me acalmar.
Como eu queria estar no alto deste mapa
Onde teus sonhos, esperando, vão brotar.

Sempre em frente, Som agudo.
Manhã de domingo.
Arrepios, céu profundo.

O marcador agora é exato.
O tempo está gargalhando sem parar.
Por que, Oh Deus...?
Por que é tão difícil esperar o sol começar a brilhar?

Onde está você, criança?
Por que demora? Por que não corre?
Como eu queria estar contigo, deitado.
Esperando tuas mãos me cobrirem de graça.

Sempre em frente, estrada escura.
Manhã de domingo...
Durma serena, como um anjo.

Corro para o interior das nuvens,
Vôo para o lar da chuva.
Profecias seladas, caindo, sem mais brilho.
Use teu cheiro para enfeitiçar.
Caindo, a grama é tão falha...

As estrelas, onde estão?
Por que você não está entre elas?
Eu não posso mais olhar para teu brilho.
Corra para o meu mundo.
Eu estarei lá.

Onde está o prazer de guardar
As imagens como elas devem ser?
Onde está o prazer de cantar?
Traduzir para a música
O que meu coração diz quando pulsa...

Do que adianta chorar?
Você não está aqui para secar minhas lágrimas.
Siga em frente, minha criança.
Toda a estrada é tua.

Sempre em frente, som agudo.
Manhã de domingo...
Durma serena, céu profundo.