terça-feira, 11 de setembro de 2012

7, 8 / Nove

(Paulo Roberto)

O coração começa a contar enquanto as pernas tremem...
...Mas continuo andando.
Eu posso ver teu cabelo claro sob o azul vivo em tuas costas, eu sinto o sangue gritando nas veias.
Um passo largo e um arrepio lambe a espinha.
Você vira e vejo teu rosto.
Vem. Correndo livremente, enquanto meu coração esquece o ritmo, músculos se contraem e tudo o que é vivo começa a esquentar.
De repente você está comigo.
Eu sinto seu coração em meu peito.
Eu ouço sua respiração, sinto seu cheiro e agora sei que é real.

Eu não quero te soltar. Eu não posso te soltar.
Você está aqui. Sorrindo.
O sol começa acariciando levemente à tarde sem sombras, o calor está judiando...
Uma fila curta e ali temos água presa em 20% menos plástico.
Sorrisos, abraços e, Deus... Como é linda!

Eu preciso parar, olhar para ti e sorrir como uma criança.
É como descobrir um pote de ouro do outro lado do arco-íris e saber que não precisa mais voltar.
A respiração se mistura e o mar em teu beijo me envolve.
Apresenta-me a melhor sensação do mundo.
Ao conforto absoluto e a paz caótica em meus nervos.
Tudo pulsa como se o ar estivesse comprimido entre a carne, tudo é calmo como se as estrelas pudessem brilhar tanto quanto teus olhos.
Eu não posso deixar de te tocar, eu não posso respirar sem pensar em, outra vez, ficar sem ar.

Pela primeira vez eu dobro aquela esquina. Sentamos num dos bancos mais altos e vamos em frente.

...Estamos em pé no meio da rua. Mas quem se importa?!
Não é como ter a melhor sensação do mundo...
É viver a melhor sensação do mundo.

E, ok... Desisto do meu cabelo.

Esse momento está ali, eternizado.
Mas não só no que podem ver, mas principalmente no que só nós dois temos agora.

É noite, mas qual o sentido de dormir quando os dias tornam-se melhores do que os sonhos?

Obrigado por voltar, querido sol.

08h56min ou qualquer coisa assim...
A vida sorri outra vez.

Rodamos pelo asfalto, corremos pelos trilhos... No ar ou sob a terra, eu não podia te soltar.
Pisando em um solo familiar, mas ainda belo... A luz natural te deixando ainda mais linda...
O dia estava lindo como nunca havia sido.

Pouco depois a grama estava sob nossos pés.
Mais calor, mais calor...
Nada nunca foi tão intenso.
O chão desapareceu e não havia mais movimento.
Eu estava tomado pelo desejo, banhado pela fome e agoniado por prazer.
Eu só ouvia tua respiração. Só sentia teu cheiro, teu coração...
Tudo parou.
 Quieto como a noite. Deliciosamente quente e vertiginosamente tentador.

~~~~~~~~~~~

Está caindo. Líquido santo que carrega sensações e sentimentos presos por tanto tempo...
Olhando em teus olhos eu digo o que preciso dizer. Sinto o que preciso sentir...
E tenho a digna certeza de que não existe mais um único "eu".
Estou num roseiral perfumado sem medo dos espinhos.
Viva comigo.  Seja minha vida.

...Ouço sua voz por mais algum tempo. Vejo teus olhos por mais alguns momentos... Sinto o cheiro de sensações tão loucas e vejo o brilho de um desejo tão nobre...

Ultimo beijo da tarde, ultimo abraço da tarde.
Até breve, Criança.
Até breve...















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