domingo, 26 de julho de 2009

Alma Selvagem

(Paulo Roberto/ Williams)

Menina selvagem correndo pela orla de sangue...
Prazer fluindo dos troncos mortos.
Vestido branco, laço azul na cabeça...
Olhos sem vida, mar sem sal.

Nuvens negras e desejos de luxúria,
Ela desfila pela noite
Sedenta por vida...
Manchas fixam em sua pele.

O vento acariciando os cabelos sedosos da criança quieta...
Lambendo as costas despidas e descendo...
Lua escondida iluminando teus pés.
Areia fofa tocando os pés da besta.

Teus olhos viram de dor.
A sombra cobrindo sua inocência
...
Deixando teus pensamentos escuros e sombrios.
Pela noite ela se cobre em chamas.

Apenas rasteje...
Deixe que teus ouvidos busquem pelo fim...
Feche os olhos...
Lamba as feridas que estão no meio de tuas pernas...

domingo, 19 de julho de 2009

Deixe...

(Paulo Roberto)

Doce Olhar cheio de sentimento,
Vivo na carne,
Na alma
E nos sonhos...

Doce olhar sombrio,
Cheio de mágoas...
Nas lágrimas
E nos desejos.

Doces noites de lua nova,
Densa névoa, sereia encantada...

Beije...
Sinta seu cabelo
Ser levado pelo meu sopro...
Beije...
Sinta seus lábios
Se juntarem ao meu sofrimento.
Deixe...
Meus sonhos criarem asas
E voarem para teus braços...
Sinta...
Teus lábios rubros me cobrindo
De vermelho...

Amargos os sonhos perdidos e infames...
Os sonhadores mortos pela lua...

As dores...
Dores que só eu sinto
Sem o medo
Das consequências...

As lágrimas são derramadas no teu colo
Mas eu não choro...

Para onde o vento me leva?
Eu não posso voltar...

Beije...
Sinta seu cabelo
Ser levado pelo meu sopro...
Beije...
Sinta seus lábios
Se juntarem ao meu sofrimento.
Deixe...
Meus sonhos criarem asas
E voarem para teus braços...
Sinta...
Teus lábios rubros me cobrindo
De vermelho...


Os conflitos sem fim de uma só cor,
Tomam todo o teu tempo...
O luar mascavo lhe toma as dores do tempo das pernas duplas...

Volte...
Naquele tempo tão gostoso,
Onde olhares eram grandes beijos...

Mostre-me aqueles passos curtos...
Volte naquele tempo tão diferente,
Onde tinha prazer de viver...

Beije...
Sinta seu cabelo
Ser levado pelo meu sopro...
Beije...
Sinta seus lábios
Se juntarem ao meu sofrimento.
Deixe...
Meus sonhos criarem asas
E voarem para teus braços...
Sinta...
Teus lábios rubros me cobrindo
De vermelho...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Desejo De Ver O Sol

(Paulo Roberto)

Passando pelo bosque das trevas
Onde os ventos sopram eternamente, sem descançar...
Onde as gotas caem das árvores
Como se estivessem a chorar...

Onde não á dia.
Onde a neve plana sobre o solo infértil...
Onde os galhos secos se quebram com o soprar do vento,
Onde tudo parece mais lento...

As nuvens escuras se movem vagarosamente,
Onde as paredes cobertas de gelo parecem te observar a todo momento,
Com olhos bem atentos...

Nos rochedos não vejo animais,
Nos campos não vejo pardais,
O desejo de todos é ver o sol nascer
Poder sair e na escuridão do dia, não se perder...

Poder amar com o sol a brilhar!
Poder olhar para o horizonte,

Ver o sol bater nos montes...

Um desejo noturno de ver o astro queimando em chamas...
E começar uma nova vida iluminada...

(Paulo Roberto)

Estou caminhando...
A rua está escura.
Os mulos observam dos prédios abandonados.
Os rifles estão apontados para minha cabeça...

As mãos deles tremem,
De guardas... à presas...
Sem brilho nos olhos,
Sem sangue nas veias.

Os 30 estão de pé!
Lucas acordou.
O sol a noite,
As cinzas no chão.

Rainha Ruiva que enxerga apenas um lado
Dançando entre as árvores...
Exército de Cantarzo para a consolidação do trono.
A Cobra engole...

"Rume para o norte, Lacaio...
Encontre Teresa.
Você será recompensado,
A vida eterna e maldita será nossa glória!"

Os olhos amarelos vindo...
Lucas está agindo...
O sol a noite...
Os olhos se apagam...

O Bispo sussurra em teus ouvidos,
Aparece em teus sonhos,
Encoraja tua bravura...

"Ele tem o poder,
Ele tomou meu sangue,
Ainda quente no estômago..."

Os olhos estão acessos,
O covil foi atacado,
O dia queima os mortos, que já estavam mortos...
"Tragam Mais!!"

"Os Dragões te esperam na praia, meu irmão..."





Inspirado na trilogia:
Bento, Vampiro Rei Vl. 1 e 2. De André Vianco.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Fada Amedrontada

(Paulo Roberto)


Eu gosto da maneira que teus olhos viram...

Tua carne rompe, minha fonte seca.

Eu sinto vontade de repetir os ritos.

Canela pura em tua cama rubra.

Eu gosto do jeito que você grita cansada.

Sorriso falso, tentação maldita.

Eu sinto dor em te olhar de novo.

Cubra meus olhos sinta-se farta.

Eu gosto da forma de tuas pernas frias,

Corpo sem cor, palidez medonha.

Eu sinto vontade de repetir os ritos...

Jogue-me, temos tempo...

Não chore, apenas me morda...

Não deite, apenas suba...

Deixe o vento levar,

O corpo da fada amedrontada...


Eu gosto do barulho que tuas asas fazem...

Descendo pelo chão, os lençóis abaixo.

Cortinas negras, não há luz na cena...

Roteiro manchado de suspiros e nanquim


Furte minha alma agora...

Arranque-a com tuas unhas.

Prenda-me com teus cabelos.

Você é só uma fada amedrontada...


Apenas uma fada amedrontada...