terça-feira, 25 de agosto de 2009

220809

(Paulo Roberto)

Respire, sussurre em meus ouvidos.
Tua risada martela meus sentidos,
Tuas unhas rasgam meu corpo.

Meus dentes cravados em tuas coxas iluminadas apenas pela lua sem cor.
Tua boca rolando por meu pescoço sem pudor algum, desejo que pulsa com fome.
Puxe-me, Morda-me, me beije como nunca...
Teus seios perfumados em meus lábios temperados pelo suor que escorre de teus poros.
Agora sorria e queime meu interior...

Puxando teus cabelos, você ainda sussurra.
Me faz queimar por dentro.
Me faz queima-la por dentro.
Dance sobre mim, me guie em teus lençois...
Prazer escorrendo por meus pecados, Vontade correndo em meu sangue.

Te desejo todas as noites, como te tenho agora.
Num lapso pervertido de uma criança impura...
Fantasia fulminante que empregna em minha alma sem culpa.
Deixe-me tornar tuas pernas bambas...

Eu preciso sentir teu calor em minhas mãos...
Beber de teus urros, pedindo intensidade.
Aumente o ritmo de tua dança.
Agora sorria e queime meu interior...

Eu preciso virar e te encontrar na cama.
Dormindo como uma gata após horas selvagens...
Respirando de vagar... sem suar ou sussurrar.
Livrando meus demônios em tuas terras altas.
"Jogue teu cabelo negro sobre meu rosto e dance..."

Isso é tudo que eu posso te dizer.
Mas desejo mais e mais a cada sorriso...

domingo, 9 de agosto de 2009

Cale-se!

(Paulo Roberto)

Por que eu tenho que me curvar diante de um Rei que eu não escolhi?
Por que você me mandou para a guerra para lutar por algo que não acredito?
Por que você nos mandou lutar se você está bebendo um Gim barato sentado em teu trono sarnento?
Por que não ergue a espada que leva contigo junto ao corpo cheirando a porcos?
Líder covarde escondido num castelo de tijolos roubados, areia de nossas janelas e pedras de mentiras...
Serenata particular nos cômodos baixos do castelo...
Você canta nos ouvidos dos pobres famintos.
Você, como uma galinha, nos ouvidos de mães sem teto.

Nós aqui.
Morrendo nos campos,
Enlouquecendo nos desertos, o sol torrando nossos cérebros...
Comendo raiz.
Bebendo lama,
Sonhando com uma cama...
O peso das armas amaldiçoadas que carregamos além dos nossos.
O arder penetrante das balas enferrujadas com as lágrimas da virgem morte...

Balas que eu fincarei na artéria podre que ainda jorra teu sangue podre.
Sangue que corre em tuas veias entupidas de pecados e insanidades.

Eu vou voltar e olhar teus olhos.
Você irá curvar teu lombo diante de mim.
Suplicar para que eu não tente matá-lo por algo que não acredito.
Oferecer-me o melhor vinho de tua adega empoeirada.
Deixar cair tua espada que você só usa para fatiar cenouras.
Costure tua boca e cale-se!