sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Corrente

(Paulo Roberto)

Aqui estou eu, mais uma vez, em minha futura cova.
Você está marcando minhas costas, escrevendo teu nome e lambendo meu sangue.
Não posso continuar, o limite está acariciando meu rosto.
Não quero parar, a dor é constante, mas o sentimento é presente.

Você me beija, puxa meu cabelo e se esfrega em meu corpo.
Você urra enquanto lambe e aperta as coxas geladas.
Ouço teu canto quebrado enquanto os anjos estão nos rodeando.
Minhas asas já estão deformadas. Meu voo não tem mais direção.

...E eu dancei entre teus lábios... caí de joelhos em teu chão para lhe despir.
Eu usei teu sono... eu usei teu sono tranquilo para acariciar teu rosto e lhe fazer sorrir.
Eu corri por tuas pernas, eu beijei cada pedaço de pele enquanto a lua era a única luz.
Eu sonhei com tudo isso... eu sonhei com tudo isso, e acordado me perco chorando em vão.



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