segunda-feira, 7 de março de 2011

Tão Confuso...

(Paulo Roberto)

Amarre o tempo.
Aprisione o vento.
Roube-me as dores.
Oh, dores...

Queime a comida.
Morda minhas feridas.
Lamba meus lábios.

Desenhe com agulhas.
Tempere-me com fagulhas.
Cole minhas pálpebras...
Cole...

Não posso ver teus pequenos olhos.
Você sorri mas não atrai.
Coma a maçã, meu amor.
Eu escrevo meu próprio obituário.

Rasteje pelas folhas.
Coma, beba, cuspa e dance.
Oh, uva doce...

Ruiva criada.
Arranque a carne que te aperta.
Morra cansada.
Tão frágil...

Assine no fim da página.
Corra para o portão.
Julgue-me.

Corte os pulsos e contemple
Tuas feridas para degustar...
Coma a maçã, meu amor.
Eu escrevo teu próprio obituário.

Use tuas mangas para estancar
Costure tua sorte.
Coma a maçã, meu amor.
Arranque os cabelos tão belos...

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