(Paulo Roberto)
Eu sou a rosa perfumada que te toca
O vento noturno que move teu olhar.
O cheiro doce que teu travesseiro tem,
O lírio entre os lobos,
O som do amor.
Você é o espinho do caule magro.
A dor da morte,
A figa da vida,
O pêssego envenenado.
Criança da lua,
Demônio amaldiçoado.
Leve-me para o inferno.
Gotas de dor em teus lábios.
Grite por prazer e morda minhas coxas.
Beba a vida e drene meu sangue.
Eu sou a chuva que corre
A vida tecida com agulhas ensangüentadas.
Eu sou o anjo que te acompanha,
Besta faminta, pobre criança.
Você é a dor, o tridente e o trono.
O Cálice de Vinho e o sino que nunca toca.
Maçã avermelhada, pele ferida.
Tarde sem fim.
A areia da ampulheta que nunca desce.
Leve-me para casa.
Lágrimas de dor em meus olhos.
Grito de pavor enquanto limpa minhas feridas.
Lamba minha pele e sugue meu calor.
Voando baixo, para o alto das montanhas.
Somos o som do mar e do leito.
Mãos amarradas e corpos colados.
Pulse comigo em cada coração vivo.
Grite comigo e sorrirei para ti.
Grite enquanto canto.
Case-se com a solidão e eu encontrarei a estrada.
Você será solitária como as gotas...
Um por um, um por um...
Deixe na memória o que eu fui.
Você rasgou meu peito fraco.
Deite-se sobre ele e ouça o silêncio.
Sou a beleza em cada olhar,
Tu és a dor em cada lágrima.
Somos a construção do tempo sobre um solo fértil.
Somos o céu noturno e o mar revolto.
Sou a besta que é consumida pela dor.
És o anjo que machuca minha alma.
domingo, 27 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
Rastros De Linha
(Paulo Roberto)
Olhe para mim, senhorita.
O que sente?
Meu sorriso é retribuido com zelo.
Pisque teus olhos apenas mais uma vez.
Apenas mais uma vez...
Não deixe o sorriso morrer.
Mate-me antes que tua lágrima escorra.
Fere quem te dá tudo o que precisa ter.
Aqui está agulha e aqui está a linha.
Use-as para nos costurar.
-----------------------------------------------------
Fio por fio, você rasga o que costurou.
Você colhe de outro acre o que planetei em ti.
Você teve medo de se entregar, você teve medo do conforto dos meus braços.
Você teve medo do que meus lábios poderiam fazer,
Você teve medo do que meu toque poderia custar.
Você temia a angústia da perda... Mas você nunca teve nada.
Pensamentos regados de dor e desejo,
Fantasias maníacas com meu corpo a cada noite.
Rasgue minha carne outra vez, Inocência.
Você esqueceu minhas palavras, meu olhar e minha dor.
Atue como naquela tarde tão quente, em que teu vestido, grudado,
Era tão pesado quanto tua dúvida.
Decore um texto tão ridículo quanto aquele...
Teu lábio queima.
Queime todas as memórias.
Não existem fotos, apenas fatos.
Recolha os rastros de linha
Espetarei as agulhas em tua cruz.
Carregarei comigo o cheiro da inocência
E o sabor da desgraça.
Teu lábio queima.
Olhe para mim, senhorita.
O que sente?
Meu sorriso é retribuido com zelo.
Pisque teus olhos apenas mais uma vez.
Apenas mais uma vez...
Não deixe o sorriso morrer.
Mate-me antes que tua lágrima escorra.
Fere quem te dá tudo o que precisa ter.
Aqui está agulha e aqui está a linha.
Use-as para nos costurar.
-----------------------------------------------------
Fio por fio, você rasga o que costurou.
Você colhe de outro acre o que planetei em ti.
Você teve medo de se entregar, você teve medo do conforto dos meus braços.
Você teve medo do que meus lábios poderiam fazer,
Você teve medo do que meu toque poderia custar.
Você temia a angústia da perda... Mas você nunca teve nada.
Pensamentos regados de dor e desejo,
Fantasias maníacas com meu corpo a cada noite.
Rasgue minha carne outra vez, Inocência.
Você esqueceu minhas palavras, meu olhar e minha dor.
Atue como naquela tarde tão quente, em que teu vestido, grudado,
Era tão pesado quanto tua dúvida.
Decore um texto tão ridículo quanto aquele...
Teu lábio queima.
Queime todas as memórias.
Não existem fotos, apenas fatos.
Recolha os rastros de linha
Espetarei as agulhas em tua cruz.
Carregarei comigo o cheiro da inocência
E o sabor da desgraça.
Teu lábio queima.
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