domingo, 11 de outubro de 2009

IV

(Paulo Roberto)

Eu nunca vou poder saber o que você pintava,
Você me privou de tua arte.
Oh, criança, por que me atormenta?
Eu estava apenas sonhando...

Teus olhinhos verdes piscando devagar
Teu sorriso inocente dando vida as sombras...
Teus cabelos claros imóveis nas costas,
Teu vestido pesado dando beleza a tua figura encantadora...
Giz verde deslizando pelo papel,
Giz azul da mão esquerda inerte.
Sala escura e fétida, mas você não ligava,
O que será que você queria me dizer?

Peço que não volte, será melhor assim,
Eu tive medo do fim disso tudo.
Porque morreu sem me dizer? Oh Deus...
Tuas veias estavam roxas, teus olhos eram cinza...
Não gritou, não chorou... apenas me olhou.
Oh, teus fios dourados varreram o chão.
Me deixe dormir está noite.
Oh, Deus...
Leve outra alma.

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